Nipocultura: a cultura japonesa ao seu alcance

Concerto pelo Japão: Arigatô, Brasil

                                                            (foto: Douglas Melo)

No ano passado, sensibilizada com os trágicos acontecimentos que abalaram sua terra, a soprano japonesa Masami Ganev  –  atualmente radicada em Florianópolis – promoveu concerto em que arrecadou fundos para as vítimas japonesas. Agradecida pelo apoio recebido e no ensejo do primeiro ano da tragédia, a cantora homenageou os mortos com recital, realizado também em agradecimento e retribuição ao povo catarinense. Foi acompanhada pelos músicos voluntários, Alberto Heller, ao piano, Oliver Yatsugafu ao violino e Igor Ishikawa ao violão.

O palco foi decorado com tsurus brancos (grou – ave de bons agouros, símbolo da paz na cultura japonesa). A FANSC – Federação das Associações Nikkeis de Santa Catarina – pelo seu presidente, o médico Mário Sato, fez a entrega de quase 70 cartas de agradecimento a todas as entidades que se mobilizaram em socorro do povo japonês. O padre Vilson Groh, representando as entidades, fez o agradecimento, falando na estreita relação que o Japão mantém com sua comunidade de menores carentes, tendo esta recebido vários equipamentos e móveis através do Consulado do Japão. No telão, eram exibidos vídeos cedidos pelo Consulado do Japão em Curitiba das regiões afetadas, felizmente, hoje em franca recuperação. Ao final, o vídeo mostrou várias pessoas das regiões afetadas agradecendo, emocionadas, a todos os povos do mundo, em várias línguas.

Abertas as cortinas, em vez do tradicional minuto de silêncio em respeito aos mortos, Masami iniciou o recital entoando o réquiem – música feita para os mortos – Pie Jesu (Jesus Misericordioso) do compositor francês Gabriel Fauré. Cantou entre outras músicas tambémue wo muite arukou – caminhemos olhando para cima”, música que virou uma espécie de hino dos sobreviventes das áreas afetadas. Cantores de vários países gravaram-na em homenagem às vítimas, inclusive do Brasil, Ivan Lins. Essa música também consta no repertório de Daniela Mercury. Mas foi Marta Mendonça a primeira a lançar a música numa versão em português nos anos 60. As apresentações se encerraram com o grupo de Taikô Shimadaiko, de Florianópolis.

“Nesta noite quisemos enviar ao povo japonês todo nosso respeito, todo nosso pensamento. Que esses tsurus – brancos como a paz, brancos como a pureza dos nossos sentimentos – batam suas potentes asas e levem, a partir desta cidade, o abraço afetuoso do povo catarinense, a mão amiga sempre estendida, os braços fortes sempre dispostos a amparar, o ombro confortador, o coração receptivo,  mas principalmente nossas palavras de conforto, apreço, encorajamento, solidariedade e por que não dizer, nossas palavras de amor, como nos ensinaram as grandes almas da humanidade” – encerrou a noite, após agradecimento, candente mensagem ao povo japonês.

Foi realizado no Teatro Álvaro de Carvalho,  da cidade de Florianópolis, no dia 28 último.

Cartaz do evento

Ivan Lins cantando “Ue wo muite arukou” 

Daniela Mercury cantando “Ue wo muite arukou”

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