Nipocultura: a cultura japonesa ao seu alcance

Provérbios e expressões

Ahô (あほう)

Na China durante a Era Qin (221-207 a. C.) o imperador Shi-Huang-Di (259-210 a. C.) havia mandado construir um palácio bonito, majestoso, enorme num local chamado Abou, para comemorar seu 30º ano de reinado. O palácio comportava dez mil pessoas no seu interior e tão grande obra arruinou as finanças do reino. E o palácio que assumiu o nome da localidade ficou famoso e passou a ser sinônimo de bobo, idiota. Com o tempo, a pronúncia mudou para ahou. Uma outra versão diz que ahou vem de awabou, junção de awa awa (onomatopeia para designar movimento bobo da boca) e bou (garoto), significando sujeito de boca mole, não fechada.

Baka (馬鹿)

Encontramos numa antiga crônica chinesa, Shiji, escrita por volta do ano 100 a.C., interessante origem da palavra. No reinado de Qin (221-207 a. C.) um poderoso eunuco havia decidido que um jovem príncipe deveria suceder o imperador que havia falecido sem nomear herdeiros. E saiu em campanha pela China como regente do seu reino para promover o nome do seu príncipe. Num dos reinos presenteou o jovem imperador com um cavalo. Por alguma razão desconhecida, talvez para mostrar seu poder ou porque era mesmo um tolo, o eunuco disse a todos que o cavalo era um cervo e convenceu muitos do seu poder. A palavra compõe-se de dois kanji: cavalo (ba) e cervo (ka), significando sujeito tão tolo que é incapaz de diferenciar um cavalo de um cervo. Na China, diferentemente e fidedignamente à história, a palavra é usada como sinônimo de poder. Uma outra versão é contada por Arai Hakuseki (1657-1725), segundo o qual, a palavra derivaria do sânscrito moha (tolo), vindo diretamente da China para o Japão onde assumiu a forma atual.

 

Referência:

OTSUKI, Hiroshi; GRINDSTAFF, Bradley. Cultural keys: the history of japanese words and phrases. Tokyo: The Hokuseido Press, 1995.

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