Nipocultura: a cultura japonesa ao seu alcance

Ukiyo-ê: “pinturas do mundo flutuante”

http://www.ukiyoe-gallery.com/detail-d500.htm

Ukiyo-ê são imagens do cotidiano registradas no papel pelo processo da xilogravura. Nascida no período Edo, mais precisamente no século XVII e originária dos centros urbanos de Edo (atual Tóquio), Osaka e Kyoto, esta manifestação artística reforça o conceito da efemeridade da vida. Ao retratarem lutadores de sumô, gueixas, atores de teatro e paisagens, os artistas procuravam eternizar na pintura aquele fugaz  momento.

http://www.ukiyoe-gallery.com/detail-c553.htm

Inicialmente essas gravuras eram todas produzidas apenas com tinta preta e somente algumas eram coloridas com pincel. Até que no século XVIII Suzuki Harunobu desenvolveu uma técnica de impressão policromática chamada nishiki-e, onde cada cor da ilustração tinha a sua própria matriz. Esta evolução proporcionou a redução dos custos de produção e consolidou o ukiyo-ê como uma arte popular.

Antes da evolução tecnológica o ukiyo-ê era utilizado basicamente em impressões de uma página, como por exemplo posters de espetáculos da época. Depois do feito de Suzuki, esse estilo também passou a ser utilizado em cartões postais, ehon [絵本] (livros de histórias ilustrados) e calendários.

Em 1868, a Restauração Meiji abriu as portas do Japão para o resto do mundo e o ukiyo-ê foi gradativamente substituído pela fotografia. Contudo, enquanto sua popularidade caía na cultura japonesa, iniciou-se um movimento inverso chamado Japonisme. Este nome, de origem francesa, caracteriza um dos momentos no qual o ocidente, principalmente a Europa, foi influenciado pela arte japonesa. Importantes movimentos – cubismo, impressionismo e pós-impressionismo,  e artistas – Vincent Van Gogh, Claude Monet, Edgar Degas e Mary Cassat – buscaram inspiração no ukiyo-ê.

http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Lautrec_reine_de_joie_%28poster%29_1892.jpg

No século XX, o ukiyo-ê se renovou em dois principais movimentos:

Shin hanga: manteve o processo produtivo colaborativo do ukiyo-ê tradicional no qual trabalhavam o artista, escultor e impressor. Com a adição de técnicas de pinturas ocidentais, como efeitos de luzes e expressões faciais, o objetivo deste movimento era criar um ukiyo-ê mais elitizado. Pintaram basicamente motivos tradicionais como paisagens, locais famosos, mulheres bonitas, atores kabuki, pássaros e flores.

Sosaku hanga: utilizou um processo de produção diferente no qual o artista era o único responsável por todas as etapas de desenvolvimento. Em função do método do sosaku ser mais lento, muitos artistas não conseguiam sobreviver apenas da arte e muitos acabavam fazendo ilustrações de livros e esculturas em madeira. Após muita luta contra a extinção durante a guerra, e findo o conflito em 1945, o estilo se consagrou como o verdadeiro herdeiro da tradição do ukiyo-ê.

Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/Shin_hanga
http://en.wikipedia.org/wiki/Japonism
http://www.ukiyoe-gallery.com/gallery.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Nishiki-e
http://japao100.abril.com.br
http://en.wikipedia.org/wiki/Ukiyo-e

3 thoughts on “Ukiyo-ê: “pinturas do mundo flutuante””
  1. Senhores. Gostaria que me informassem a respeito desenhos ou ilustrações sobre gueixas, dragões, de preferência coloridos, quais os livros que possuem essas ilustrações. fico no aguardo de sua resposta. obrigado.
    João.

  2. Recentemente apaixonei-me pela arte japonesa principalmente pelas do último grande professor de Ukiyo-e, Hiroshige.A bela arte do Japão é magnífica.

  3. Recentemente apaixonei-me pelas gravuras magníficas do último grande professor de Ukiyo-e, Hiroshige. A paixão foi tanta que fiz umas postagens sobre esta bela arte no meu blog.Parabéns pela excelente postagem de vocês.

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